Ultrapassando os octógonos e a fronteira do esporte, o UFC (Ultimate Fighting Championship) assumiu a liderança entre as marcas com mais licenciamentos no Brasil. De camisetas e bonés a equipamentos para o público juvenil ou atletas profissionais, a organização de artes marciais mistas (o MMA) criada nos Estados Unidos acaba de ganhar o troféu de Melhor Programa de Licenciamento Adulto, durante a quinta edição da Licensing Brasil Meeting.
Iniciado em 2010, o programa de licenciamento do UFC no Brasil foi um sucesso quase instantâneo. Hoje, o Grupo Exim Licensing Brasil, agente para América Latina das Marcas UFC e TUF (The Ultimate Fighter), tem contrato com 25 empresas, que são responsáveis por mais de 400 itens em diversas categorias. Em 2011 as vendas da marca UFC cresceram mais de 40% e, para 2012, a expectativa é que o desempenho se repita.
A meta do grupo é chegar em 2013 com mais de 500 produtos no mercado e vendas ainda mais aceleradas. A previsão do Exim Licensing deve se sustentar. Um dos motivos é que boa parte do boom do UFC no país se deve aos eventos da marca que já ocorreram por aqui: o UFC 134 e o UFC 142, no Rio de Janeiro, além do UFC 147, em Belo Horizonte (MG).
Hoje, o carro chefe do grupo é a área de confecções e acessórios, com destaque para artigos esportivos como luvas, protetores e sacos de areia, que recém-lançados alcançaram a primeira posição em vendas no varejo brasileiro. Além deles, o UFC produz óculos de sol, tatames, revistas especializadas, miniaturas de lutadores, cards, chinelos, cintos, mochilas, cadernos, linha de escrita e réplicas dos cinturões dos campeões mundiais.
O próximo evento está marcado para o dia 13 de outubro, novamente no Rio e é o pontapé inicial para 2013. “Esperamos que para o próximo ano o mercado de produtos de consumo com a marca continue em ritmo forte, pois serão realizados mais eventos no Brasil. O MMA é um esporte em franca ascensão em todo o mundo, não só por aqui”, avalia Marcus Macedo, Diretor Geral do Grupo Exim Licensing Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Marca aspiracional
A rápida paixão do brasileiro pelo MMA e, por consequência, pelo UFC, não encontra paralelo no país do futebol em outras modalidades de lutas. Seja por pouca representatividade em esportes como o boxe, que já teve pequenos auges, em diferentes épocas, com Éder Jofre, Maguila ou Popó, seja por questões culturais, as lutas no octógono se transformaram em cartase social e, por consequência, em relevância mercadológica.
Hoje, como marca, o UFC se tornou aspiracional. “Muitas pessoas apresentam razões diversas para justificar esse sucesso, entre elas o vácuo deixado pelo boxe, questões culturais, características atávicas do ser humano e até mesmo razões históricas, como a mistura de lutas e diversão da época do império greco-romano. O fato é que o esporte veio para ficar e a organização do UFC enxergou isso logo no início do fenômeno, o que de certa forma lhe conferiu o título de pioneira e dona do esporte. Tornou-se uma referência na categoria e gerou uma questão aspiracional para os que estão envolvidos, sejam atletas ou fãs”, explica Macedo.
Do ponto de vista do mercado, o sucesso da UFC rende cifras milionárias. Um estudo elaborado pela Applied Analysis sobre o UFC 134, contratada pela empresa Zuffa, realizado no Rio de Janeiro, mostrou que o evento gerou um impacto econômico de R$ 66,8 milhões, sendo R$ 24,3 milhões diretamente e R$ 27,3 milhões de forma indireta. Além disso, foram criados 435 empregos e gastos R$ 16,3 milhões em salários ou remunerações. Se comparado à Fórmula 1, que movimenta R$ 250 milhões por ano no Brasil, o número é pequeno, porém o UFC realiza mais eventos neste mesmo período.
O objetivo da empresa é ampliar o diálogo entre os lutadores e o consumidor, sem investir pesado em comunicação. “O que estamos fazendo em termos de investimento de Marketing é que os atletas usem cada vez mais os nossos produtos. Outro ponto é investir em materiais de pontos de venda, já que é importante que fiquemos cada vez mais visíveis. Mas o interessante é que o UFC já se divulga. O evento por si já cria todo o barulho ao redor do que é a marca”, afirma Artur Regen, sócio da Marc4, em entrevista ao portal.
Brasil: mercado estratégico Segundo mercado de licenciamento no mundo, o Brasil está à frente da Austrália, Inglaterra e Canadá e tem alcançado destaque até mesmo frente ao gigante mercado norte-americano. Quando comparado a América Latina, onde o Grupo Exim Licensing também atua, o país é visto como estratégico.
Fonte: Mundo do Marketing
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